quarta-feira, 28 de abril de 2010

GREVE MARCA POSIÇÃO DOS PROFESSORES, MAS PODERIA TER MARCADO MAIS!

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Indignados com a desvalorização do magistério, com o sucateamento da educação, políticas públicas excludentes e propagandas mentirosas nos veículos de comunicação por parte da administração Serra/Goldman/Paulo Renato, do PSDB, os professores da rede pública estadual entraram em greve do dia 08 de março ao dia 08 de abril.

Durante esses trinta dias, nós do Coletivo “APEOESP Na Escola e Na Luta” do Vale do Ribeira, em Comando de Greve, percorremos diversos municípios da região visitando escolas na tentativa de fazer o convencimento do professorado a aderir ao movimento, informando e esclarecendo dúvidas. Também encontramos movimentos grevistas em alguns municípios, como na Barra do Turvo.

Agradecemos a todos, grevistas ou não, pela atenção e apoio, já que em nenhum momento foi questionada nossa pauta de reivindicação e a própria greve. A principal divergência era em relação à adesão ao movimento estadual.

Mesmo assim, na segunda semana de greve, atingimos cerca de 65% de paralisação em todo o estado e 30% aqui no Vale do Ribeira, o que já pode ser considerado vitorioso. Porém, a truculência do governo nas negociações, a forte repressão policial aos professores, junto à longa duração da greve, fez com que houvesse um refluxo no movimento.

Sentimos também que a própria direção da APEOESP articulou e forçou um recuo durante as assembléias. Nós, do Coletivo “APEOESP Na Escola e Na Luta” aqui do Vale do Ribeira, consideramos o fim da greve, naquele momento, equivocado, já que não podemos sair de mãos vazias num movimento tão delicado e importante, como é o movimento grevista.

Entretanto, mesmo não atingindo nossas reivindicações, avaliamos que este movimento foi importante, mostrando que o conjunto do magistério está crítico à forma como o governador Serra e seu secretário Paulo Renato conduzem a educação pública paulista. Nosso recado foi dado: não aguentamos mais ataques aos nossos direitos!

Até o momento, conseguimos apenas uma conquista: a de que haverá desconto parcelado dos dias parados e de que a reposição será feita de forma diversificada, dependendo da realidade da escola. Pelo menos é o que foi acordado entre a direção do sindicato e o secretário da Educação.

Assim, sempre que houver tentativas de denegrir a imagem de nossa categoria ou flexibilizar nossos direitos, iremos nos defender. Para isso, precisamos cada vez mais de um sindicato forte e combativo, e sua participação é fundamental nessa construção.