segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As escolas de tempo integral e o financiamento público

por Hélder de Oliveira dos Santos


Durante a campanha eleitoral a educação vem sendo pautada não apenas pelos candidatos como também por especialistas e jornalistas dos principais veículos de comunicação. No que diz respeito ao governo do estado, a grande maioria dos candidatos vêm colocando a escola de tempo integral como proposta dos mandatos, como se esta fosse a salvação dos problemas enfrentados pelo ensino público.

Os educadores sabem que isso é apenas um engodo para levar o eleitor ao voto neste ou naquele candidato, que são promessas superficiais que, se cumpridas na forma como estão sendo apresentadas, tornarão as escolas depósitos de crianças e adolescentes.

O problema central está no financiamento, enquanto as propostas relacionadas à escola de tempo integral não estiverem associadas ao aumento dos investimentos na educação, estas serão inconsistentes. O Brasil deve superar os atuais 4,5% e investir pelo menos 10% do seu PIB na área, o que proporcionará não apenas um salário justo aos profissionais, como também para preparar as escolas com infra-estruturas que permitam uma adequação às diversas áreas do esporte, da cultura e do conhecimento.

A experiência cubana nos serve como exemplo, as escolas são de tempo integral e o Estado investiu para que estas fossem providas das supracitadas infra-estruturas, o que permitiu, além de uma educação de qualidade, considerada por muitos educadores como uma das melhores do mundo, uma formação esportiva de destaque no cenário latino-americano.

Enquanto a educação for pensada dentro do modelo neoliberal, que prevê o enxugamento da máquina estatal, a escola ficará distante da contribuição necessária para o desenvolvimento humano da juventude, mesmo que estas passem o dia todo na escola.

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