A avaliação é uma parte
não só importante, mas essencial ao processo de ensino aprendizagem. Dentro de
um Projeto Político Pedagógico sério e construído de forma participativa, é
necessário medir o progresso no aprendizado dos nossos alunos.
No entanto, o SARESP –
Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - não tem
servido para avaliar o nosso trabalho, a começar pela intervenção na liberdade
de cátedra e também pelo conteúdo avaliado – Currículo Oficial do Estado de São
Paulo - presente no material apostilado, de qualidade duvidosa e
descontextualizado da realidade local.
Mas este não é o
principal problema, já que um bom professor sabe a autonomia que tem ao educar
nossas crianças e jovens. Há alguns anos o governo paulista teve a “genial”
ideia de acoplar o IDESP – Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de
São Paulo – a um pagamento em dinheiro, o famigerado “bônus”. (Em tempo: a nota
da escola no SARESP, junto com o fluxo escolar, compõe o IDESP.)
Ao invés de darem um
aumento isonômico à classe, o governo distribui migalhas a uma parte dos
professores, que – pela situação financeira miserável em que vivemos – acabam
ficando reféns do SARESP.
Financeirizar a educação
tem mais consequências... muitas escolas, visando aumentar o IDESP, fraudam
grosseiramente a nota e a frequência dos alunos, ocultam a evasão escolar,
fazem “vestibulinho” para o SARESP, pedem para os alunos fazerem a prova à lápis,
dispensam os alunos que apresentam baixo rendimento somente nos dias do SARESP,
entre outras barbaridades.
Para a APEOESP, a
Avaliação institucional deve ser feita em cima de parâmetros curriculares e não
de um currículo obsoleto e fechado, como é o Currículo do Estado de São Paulo.
Fraudar a avaliação é assumir um papel que nós professores sempre evitamos.
Enganar adolescentes não contribuirá em nada para sua educação, só aumentando o
gigantesco fosso entre eles e o conhecimento.
O SARESP não avalia o
ensino. Tem somente servido como uma maneira de classificar as escolas e
diretores que vão ganhar mais dinheiro... e de aumentar o assédio de diretores
em cima de professores.
Professores, não se
enganem. Não permitam a fraude no SARESP. Fiscalizem passo a passo a avaliação
na sua escola. Procurem o nosso jurídico. Denunciem a farsa da educação
paulista.
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